TEA em discussão
17 de novembro de 2025

O Censo Demográfico estimou que 2,4 milhões de pessoas no Brasil foram diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que representa 1,2% da população. A maior parte desses casos está concentrada entre crianças e adolescentes, principalmente meninos de 5 a 9 anos, grupo no qual o percentual chega a 3,8%. Esse é, de longe, o maior índice registrado entre todos os recortes etários e de gênero. O dado por si só já aponta uma realidade que deve orientar políticas públicas de inclusão, sobretudo na educação e na saúde. Dos mais de 760 mil estudantes com diagnóstico do espectro, dois terços estão matriculados no ensino fundamental regular. É nessa etapa que se concentra a maior parte das crianças e jovens com TEA, e, não por acaso, é também onde começa a ficar evidente a distância entre presença e permanência escolar.
Ainda que o diagnóstico tenha se tornado mais frequente nos últimos anos, especialmente na infância, isso não significa que o suporte terapêutico adequado acompanhe o mesmo ritmo. Um exemplo disso é a coparticipação exigida por muitos planos de saúde, que se transforma, na prática, em uma barreira financeira para o tratamento contínuo. Terapias como fonoaudiologia, psicologia, terapia ocupacional e ABA são recomendadas com frequência semanal ou até diária. No entanto, o custo acumulado pode tornar esse cuidado insustentável.